Cinco empresas apresentam propostas para revitalizar a Gare

Cinco empresas apresentam propostas para revitalizar a Gare

Foto: Nathália Schneider (Diário)

Cinco empresas apresentaram propostas para revitalizar a Gare da Viação Férrea. A licitação para contratar a responsável pelo serviço havia sido lançada em 7 de julho deste ano. Agora, nesta quinta-feira (10), ocorreu a abertura dos envelopes daquelas que manifestaram interesse na restauração. Após a contratação e a assinatura da ordem de serviço, a construtora tem 180 dias para concluir o trabalho. Com isso, a obra deve durar, pelo menos, até final de janeiro de 2024.

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Uma das empresas é de Santa Maria e as outras quatro são de outras cidades do Rio Grande do Sul. Há possibilidade de recursos nas próximas etapas, que consistem, primeiro, na avaliação dos relatórios e, posteriormente, na análise da proposta financeira de cada construtora.

  • De Martini Associados, de Porto Alegre
  • Versalhes Incorporações e Construções, de São Leopoldo
  • MRU Construções, de Santa Maria
  • Construtora Beltrame, de São Pedro do Sul
  • Binoto Construções, de Gravataí

– Sabemos que a ferrovia teve um papel importantíssimo no nosso desenvolvimento econômico no final do século XIX e tudo começou pela Gare. Estávamos muito ansiosos, mas tivemos as expectativas atendidas porque houve propostas e, agora, temos que aguardar os trâmites que são necessários para que possamos vencer, primeiro, a questão documental e, depois, a financeira – relata o vice-prefeito, Rodrigo Decimo.

A revitalização será custeada com verbas próprias do município e com recursos do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa II). No total, vão ser investidos cerca de R$ 6 milhões na reforma do espaço, sendo R$ 4,2 milhões destinados à compra de material e R$ 1,8 milhão aplicado na mão de obra.

O que está previsto na obra

  • Restauração da estrutura arquitetônica
  • Recomposição da cobertura dos pavilhões onde não existem mais telhas
  • Instalações de calhas, rufos, dutos e tubos de queda
  • Instalação de rampa de acesso
  • Instalações elétricas que deverão prever nova entrada de energia com subestação 
  • Instalações hidráulicas, de água e esgoto
  • Serviços de Prevenção de Controle Contra Incêndio (PPCI)
  • Revisão das esquadrias e ferragens
  • Pintura interna e externa em toda a estrutura, bem como das esquadrias e das estruturas metálicas da área chamada lanternim
  • Instalação de bancos, floreiras e lixeiras nas áreas externas
Imagem: Divulgação

Promessa antiga

Gare da Viação Férrea é tombada como patrimônio histórico em nível municipal, estadual e nacional. O espaço é formado por quatro pavilhões e foi projetado pelo engenheiro Teixeira Lopes, com influência das arquiteturas belga e inglesa. O terreno foi doado por Ernesto Beck. 

Antigamente, na estação ferroviária, funcionavam, além de escritório e venda de passagensarmazéns, restaurantes e sanitários. Com o tempo, o local passou a sofrer com o descaso, sendo alvo de atos criminosos, como incêndios e furtos.

Quem mora em Santa Maria desde, pelo menos, a década de 90, sabe que a revitalização da Gare, com a preservação da memória ferroviária da cidade, é uma promessa antiga.​

Foto: Nathália Schneider (Diário)

Histórico

  • A estação começou a ser construída por um decreto imperial de 1873
  • A data certa da inauguração gera controvérsias. Alguns autores apontam o ano de 1885 enquanto outros falam em 1899 e 1900
  • Inicialmente, a Gare contava com o prédio central de dois andares e com um anexo que não existe mais
  • No começo de 1920, quando a rede ferroviária era administrada pela Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS), foram construídas a plataforma coberta de embarque e desembarque e alguns armazéns
  • A cidade de Santa Maria, no processo de expansão do sistema ferroviário gaúcho, ganhou importância dentro da malha ferroviária gaúcha e, ao final do século XIX, já comandava o tráfego dos trens que cortavam o Estado. Por sua posição privilegiada, localizada na Região Central, tornou-se o ponto de cruzamento de todas as linhas férreas
Um dos vagões em agosto de 2012Foto: Ronald Mendes (arquivo Diário)
  • Em 1996, a linha foi desativa e o transporte de passageiros foi extinto
  • Após a privatização da malha ferroviária, em 1997, o prédio da Gare ficou em estado de abandono
  • Em 1999, foi firmado um convênio entre Estado e município para utilização da Gare para atividades culturais
  • Em 2007, um projeto da Caixa Econômica Federal deu início à reforma do local; cerca de R$ 200 mil foram investidos para a restauração do telhado e a pintura do sobrado da Gare
Gare após reforma de 2007Foto: Lauro Alves (arquivo Diário)
  • Pelo menos, três incêndios já foram registrados nos pavilhões da Gare (1923, 1999 e 2005)
  • Além disso, um dos vagões da estação, que havia passado por reforma em 2013 e estava posicionado no largo da Gare, também foi incendiado em 2019
Incêndio em vagão, em julho de 2019Foto: Gabriel Haesbaert (arquivo Diário)
  • Ao longo do tempo várias gestões da prefeitura anunciaram a revitalização da Gare, mas nenhuma teve sucesso em concluir a promessa
  • Em 7 de julho de 2023, após atrasos e suspensão, a licitação para restaurar a Gare foi lançada
Março de 2023Foto: Nathália Schneider (Diário)
  • Nesta quinta-feira, 10 de agosto, ocorreu a abertura das propostas; cinco empresas manifestaram interesse em realizar o serviço
  • A obra de reforma da Gare deve ser finalizada em 2024
Foto: Nathália Schneider (Diário)

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